Quando
Quando abro a janela e deixo o vento entrar
Permito que o dia se incline em direção ao meu bem estar
Trazendo forças para seguir e levando fraquezas para não voltar
Mas, de forma aparente, nada fazendo para melhorar
No leva e traz, no vem e vai
No pega e larga, no entra e sai
Ajo como se nada interagisse ao meu redor
Ilustrando o mundo apenas, enquanto aguardo acontecer
E nisso, incertezas, um grande merecer
Uma peça, um grão
Uma gota, um peão
Sou tudo que não percebo, por preferir não me envolver
Escolho pelo óbvio e tento esquecer
Estou no jogo, blefando o tempo inteiro
Parado, estável, incapaz ou indiferente?
Tantas formas de se pensar em não agir
Um figurante
Interferências ocorrem por mãos alheias, não pelas minhas
Tornando e revirando o todo, e eu sem saída
Atos e fatos
Heróis e vilões
De certa forma o mundo segue
E eu sem destino
Opções, escolhas, apostas?
Nada disso
Simplesmente dou as costas
Ato falho ou erro crônico?
Dizem haver solução
Eu ignoro
Quando irei perceber?
Ou então
Quando irei preceder?
Pra tudo não distorcer
Senão
Quando irei perecer?
Quando?
Não tenho certezas absolutas, somente dúvidas concretas
E a única conclusão que realmente me tormenta é saber
Ou pior, querer não saber...
Que existi.