O MEDO DE MIM

Por quantas noites ainda irás murmurar,

Sentindo medo do teu próprio riso ?

Por tempos e tempos, ainda irás aturar

Das mãos do tempo, o áspero aliso ...

Quantas vezes ainda será necessário

Varar a garganta da noite, o breu ?

Ter a voz de um insolente emissário

E voltar os olhos para o céu ?

Teus passos se alternam inseguros,

Tuas mãos procuram apoio no espaço,

Teus olhos focalizam portos seguros

E miram na estaca, a firmeza do laço !

É por demais, a visão que detenho;

Detenhas teu rosto diante do meu !

A certeza de quem sou, já não tenho,

Nem separo quem és tu, quem sou eu !