Eu

*Eu

A vida impera sem jeito

Se faz de atordoada, fraca

Ela não me merece

Não a encaro com peito

Encontra-se disfarçada, grata

Coitada! Não sabe que decresce

Não a tenho na palma

Sou eu o presente: nada

Não a prendo n’alma

Torno-me descrente, ateu

Há um pouco de calma

Um algo forte, mata

Apesar de contente

Escuto-a calado: perdeu

Sou eu

Bugarim