GRITO
Peço socorro ao poeta
Tu, representante de Deus
Minha alma estava em festa
Mas alguem me entristeceu
Acabou-se num momento
Aquela linda paixão
Virou em grande tormento
Foi total decepção
Saber que uma sórdida frieza
De quem era amor amigo
Era só uma fachada
Que enganou, ah que perigo!
Ajuda-me então entender
Que nem todos podem vencer
Aos perigos da mórbida ilusão
Dor da vil incompreensão
Pois quando é caminho de amor
A paixão já vem primeiro
Mas se é a pura ilusão
Vê-se paixão de flerteiro
A ver que não temos direito
De brincar com sentimentos
Porque os poetas de alma
Amam é sem fingimento
Pagam por preço tão alto
Mas sabem amar de verdade
Mesmo envolvidos na cúpula
De maior transitoriedade
Ajuda-me querido poeta
Esse é um "grito" da alma
Entender porque os banais
Dizem-se as vezes reais
Espalhando tanta dor
Onde pureza impera
Pagar por uma inocência
A cumplicidade em amor
Pois esse padecimento
Me suga não deixando ver
Que chance há de vencer
Ódio e seus incrementos
Lembrar que foi em amor
Que escreví nossos momentos
E Deus recebeu a inocencência
Contemplando os bons intentos
Duma árvore bom poeta
Que semente boa plantou
Portanto só podem colher
A boa "Semente do Amor"