SONHOS
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Sobre as grades da minha varanda
deito o meu cansaço
e voo na chuva que cai
vinda nem eu sei donde
E fumo um cigarro
limpo o alumínio com um pano
é só pó acumulado dos sonhos
tantos e por vezes tão pequenos
que rapidamente se esgotam
nos ais da chuva provisória
O sol vai chegar para secar grades
e lágrimas e despojos desta luta
de todos os dias e amanhãs
perdidas esperanças a anunciarem
tormentas e mais mortes
É assim o momento que passa
e não se recupera
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@ joaquim alves, 2008