Pulga atrás da orelha
Agora que o vulcão já adormeceu;
Agora que a água já escapou das mãos;
Agora que a lágrima infinita também secou;
Parece que a Terra voltou a girar em torno do sol.
Sou apenas uma alma entre as milhares de genéticas,
Tudo em mim é comum senão impossível...
Bola pra frente fora de si porque a vida é curta.
Pé na estrada, cabeça no lugar e tome juízo.
Mas não consigo tirar esta pulga atrás da orelha.
Meu desejo lateja os formatos da multidão.
Meus pés andam sobre as nuvens do meu sonho
Só assim minha existência se refaz completa
Ainda que eu não entenda porquê o que havia dentro de mim
Morreu prematuro dentro dela.
A cada esquina, a cada ponto de ônibus, uma resposta.
Porém ninguém me diz nada.
Ninguém com a boca na botija.
Dessa cartola não sai coelho.
Eu, em meio a esse deserto, a ver navios.
Só porque demais quis que o que havia dentro de mim vivesse dentro dela.