Desespero Intensificado

DESESPERO INTENSIFICADO

Preciso de amor,

Alguém me ame,

Não essa coisa primitiva e obsoleta que chamam de sexo,

Quero um amor cheio de humanidade,

Humanidade até na sinceridade de se precisar mentir.

A mentira usada para salvar o mundo,

Para promover o progresso da humanidade,

Para suportar o horror da existência.

A-M-O-R

Apenas letras e fonemas,

Rabiscos mortos para cérebros atrofiados e covardes.

Não minta pra si mesmo,

Você quer se sentir amado,

Sem motivos,

Sem medos,

Sem mentiras,

Sem interesses mesquinhos.

Porra! É tão difícil assim alguém gostar de mim do jeito que sou?

Vão para o inferno com esse amor falso que quer tão somente me moldar e me dominar.

Essa tempestade interna que não cessa!

Tudo neste mundo está errado,

Fingimos que podemos consertar as coisas,

Mas não conseguimos nem consertar a si mesmos.

_ Continue firme Gilliard! Isso soa tão vazio pra mim.

Minha alma projetando imagens tristes em todas as coisas que ela vê.

Perdido, estamos perdidos,

Mas ainda não o sabemos inteiramente.

Eu apenas quero estar perto de alguém,

Abraçar alguém silenciosamente,

Nada de palavras,

Mas eu não consigo,

Eu tento e tento,

Por que eu não consigo meu Deus?

Acabe com estes insetos denominados de Humanidade.

Não preciso de Deus,

Não preciso da sociedade,

Preciso apenas de mim.

Desespero gerando novas idéias.

Seguro com firmeza a gilete,

Olhos mais uma vez para meus pulsos,

Por que não prosseguir com este ritual tão estúpido quanto o resto da vida?

Corto-me,

E quando o sangue escorre até minhas mãos,

Gotejando no chão,

Sinto que ainda estou vivo,

Sinto que ainda posso ter esperanças.

Mas a aflição não desaparece,

E não há nada poético no Mundo.

Dói ser um Gênio intelectual sozinho,

Sem amigos,

Sem alegrias.

Só encontro pessoas cheias de pseudo-certezas,

Nem imaginam o quanto são imbecis.

Se vissem de fato a verdade como eu vi,

Despida e nua por completo,

Certamente no mesmo instante eles teriam se suicidado.

O mais vazio dos sentimentos se expandindo dentro do meu coração,

Odeio ver as pessoas felizes, sorrindo,

Emitindo visivelmente alegrias que eu nunca tive.

Amargura, inveja?

Pode ser, mas pelo menos sou sincero quanto a isso.

Quero ver as pessoas tristes e infelizes,

Só assim me sinto menos frustrado,

Sei que isso é um falso consolo,

O que eu quero mesmo é abraçar todos vocês,

E lhes dizer o quanto todos vocês são importantes pra mim,

Mas vocês me rejeitam,

Fingem gostar de mim,

E constatar tudo isso me dilacera,

Quero gritar todo o ódio que eu sinto

E todo o amor que eu tenho por todos vocês meus amigos.

A vida não tem sentido em si mesma.

O sangue que goteja de meus pulsos me revela a verdade:

_ Estamos completamente sozinhos,

Por mais que não queiramos admitir.

Ainda sou forte.

Ainda posso caminhar.

Gilliard Alves

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 25/01/2008
Código do texto: T832241
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