DIÁRIO DA CORTEZÃ

Entre tantas mulheres sou aquela

Que chamaram rainha do palácio

Mas meu livro da vida no prefácio

Tem relatos dos males da seqüela

Nos bordéis onde fiz minha aquarela

Fui efêmeros sinônimos das paixões

De desejo, lascívia e perversões

Por luxúria e prazer exacerbado

Enterrei os meus sonhos do passado

No castelo das minhas ilusões.

Cicerone, odalisca e namorada

Do noturno rodízio sexual

Em leilões de prazer arrematada

Nas orgias o prato principal

Degustada entre fronhas e lençóis

Perfumada com vinho e girassóis

Sem as rédias das próprias decisões

E o meu corpo consórcio alienado

Enterrei os meus sonhos do passado

No castelo das minhas ilusões.

Por marcar um programa antecipado

Alterei muitos planos de viagem

Com excesso de enganos na bagagem

Enterrei os meus sonhos do passado

Tive o meu passa-porte confiscado

No check in das cruéis decepções

Vaidade, quimera e frustrações

Culminaram com minha derrocada

Meu destino é viver aprisionada

No castelo das minhas ilusões.

Troya DSouza
Enviado por Troya DSouza em 10/04/2025
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