Olhos de Desesperança
Paredes vazias
Vidas frias
Vias lotadas
O caos imperava
Mas ali dentro
Nada havia
Um vazio cintilante
Um último raio brilhante
O sol de despedia
A luz fraca em seu rosto
Toda a desesperança em seus ombros
Caídos como um anjo errante
Sem vontade de ir adiante
Sem coragem de estagnar
Era ele em seu lugar
O silêncio a engasgar
Dias de luta todos iguais
Um dia a menos
Um outro a mais
O futuro em uma mancha turva
Uma dor repentina
Profunda e aguda
Assistia sua vida passando
Como as pesadas gotas de chuva
Sua existência, um precipício
Como uma estrada acabada na curva
Fecha os olhos
Abre os olhos
Mesma cena
Nada muda
Um espelho
Uma penumbra
Olhar murcho
Se afunda
Olhou para dentro
E o vazio o consumiu
Virou do avesso
E não mais existiu
Uma vez era frio
Agora não é nada
Foi sua última parada
O fim da estrada