Olhos de Desesperança

Paredes vazias

Vidas frias

Vias lotadas

O caos imperava

Mas ali dentro

Nada havia

Um vazio cintilante

Um último raio brilhante

O sol de despedia

A luz fraca em seu rosto

Toda a desesperança em seus ombros

Caídos como um anjo errante

Sem vontade de ir adiante

Sem coragem de estagnar

Era ele em seu lugar

O silêncio a engasgar

Dias de luta todos iguais

Um dia a menos

Um outro a mais

O futuro em uma mancha turva

Uma dor repentina

Profunda e aguda

Assistia sua vida passando

Como as pesadas gotas de chuva

Sua existência, um precipício

Como uma estrada acabada na curva

Fecha os olhos

Abre os olhos

Mesma cena

Nada muda

Um espelho

Uma penumbra

Olhar murcho

Se afunda

Olhou para dentro

E o vazio o consumiu

Virou do avesso

E não mais existiu

Uma vez era frio

Agora não é nada

Foi sua última parada

O fim da estrada

Bi Andrade
Enviado por Bi Andrade em 05/03/2025
Código do texto: T8278441
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