De Saudade em Saudade

De saudade em saudade vou mirando na paz,

Não encontro aconchego, a angustia reina,

De dores e perdas anda cheio a minh'alma,

De desgostos, de suspiros, de lágrimas e fel transbordam meu peito,

Nas trevas, não vejo a luz, nenhum horizonte, nenhum monte e nem saída,

Caminho, sangro e choro,

A dor lascinante corta meu peito e zomba de minhas lágrimas,

A lâmina do desgosto corta a minha carne já enfraquecida,

Tamanha dor, onde me levará?

O que esperar desse uivo de lamentos?

Do sorriso perdido, dos sonhos desmantelados?

Os anos se esvaem, levando o sopro de vida e de mocidade que me restam...

No peito oprimido, rangem os dissabores, os desencantos e toda sorte de lamuria,

Ah que dor mais doída, que queima, arde e domina,

Não tenho hematomas, nem marcas visíveis, mas basta mirar-me

Estou desnuda, transparente e desarmada.

Valentina Lustrausen
Enviado por Valentina Lustrausen em 24/02/2025
Código do texto: T8271829
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