COBAIA DO AMOR
Seu veneno foi trazido à minha boca
Sua lâmina injetou paixão em mim
E se viu qual seria a proporção de minha ação mais louca
E se comprovou, pela dor, o seu sabor ruim!
Fui testado ao ponto da mais crua sensação
No teatro das estrelas, não lançaram luzes ao meu espetáculo
Muitas vezes foi manipulado o meu coração
E jamais pude fugir à força imponderada de seus tentáculos!
Fui lançado de alto a baixo e pisoteado qual inseto
Nem se via a fronteira que me separava da ampla loucura
Nesse transe induzido, vi mares como se fossem desertos
Adoeceu-me de morte o que em teoria me seria por cura!
Não pedi e nem clamei pela sorte que me desafortunou;
Fui arrancado de meu leito de paz, por sua sedutora violência
Ele, que a tantos faz felizes, a mim só maltratou
Testou-me o amor, e por isso o julgo sem nenhuma inocência!