Desiludindo-te assim...
Deveras sinto por dizer-te assim sem rodeios,
Mas poetas belos ou feios
Não existem mais.
O mundo atravessou milênios
E em todos os tempos
Fizeram-se poetas,
Grandiosos anônimos da ação:
Sem profecias, sem castidades e sem orgias,
Plenificavam tudo ao redor.
Mas hoje amontoam-se malditos,
Funcionais analfabetos analíticos,
Criando pensamentos indigestos,
Metáforas infantis sem nenhum dizer poético.
Acreditam ser o que não se pode decidir,
Acreditam fazer o que não se pode cumprir:
A manutenção da vida é pura poesia,
O resto é perfumaria.
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