E O SONHO... ACABAOU?

E O SONHO... ACABOU?

Paulo Gondim

01.10.2006

Vejo o sonho definhar

Perdido em mil preconceitos

Vindo em jatos imperfeitos

De uma plebe rude, vulgar

Que nem sequer sabe sonhar

E cospe no prato aberto

Do pouco que tem por perto

Essa gente insana, desumana

Que se alastra como grama

Na sua pobreza, na sua prole

De pouco caráter, de pouca índole

E vão cobertos de vergonha

Escondidos, em caravanas

Como predadores, meros impostores

Inconscientes, porém lascivos

Figuras marcadas, velhos conhecidos

Se vendem por pouco

Por um preço vil

É assim que é

E sempre existiu

E o sonho... O sonho findou?

Talvez, pra quem muito sonhou

E na sua loucura, até ousou

E se viu só, na sua amargura

Desolado, decepcionado

Posto de lado, pobre criatura

Necessário sonhar, sonhar é preciso

Como navegar, como a vida, é preciso

Um sonho pequeno, um sonho esquecido

De poucos desejos, de tempo perdido

No pelejar diário, incompreendido

Que a muitos se deu, e se tem dado

E hoje se vê, por todos negado

Essa gente bronca, essa gente à toa

Não sabe que afunda em sua canoa

Mesmo assim insiste, na trama persiste

Na obscuridade, na falsidade

E rir de si mesmo, de sua desgraça

Não ver o perigo que lhe ameaça

Diz não ao sustento e nesse momento

Mergulha no escuro, num negro futuro

Que se avizinha, pra logo chegar

Para esses incautos, não tardará

É o fim do sonho, num mundo medonho

Pra quem quis sonhar.

Paulo Gondim
Enviado por Paulo Gondim em 18/01/2008
Código do texto: T822185
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.