Desenlevo
Queda livre
Mentes presas num poema
Declive
Voar nem sempre vale a pena
Jamais baterei minhas asas em fuga
Minha ruga ditará o caminho a seguir
Omitirei toda a mitologia
Meu Ícaro não arriscaria
Parvamente se iludir
Dirão que o Sol é para o tolo
Poucos a sombra buscarão
Entre gritos de dor um distante arrolo
Sentimentos derretidos pelo chão
Do chão brota a semente
Que encerra a cera que o Astro-rei derreteu
Pena que as penas de um inconsequente
Despencaram no seu fictício apogeu
Tranco no peito tal ousadia
Sem arrependimentos daquilo que nem fiz
Safo
Sei que a dor vem depois da euforia
Melhor atar-me à poesia
Voar
Talvez
Nem seja tão bom o quanto se diz