Apocalipse
Filho dos que não foram...
Antes tinha tudo, agora falta.
Era o centro com sua chama.
Mas o claro virou trevas, o sonho morreu.
Afinal, você deve ser como eu.
Muito estranho esse caos, essa dissonância.
Tira a fé, não reconhece a esperança.
Transformam realidade em desespero.
Ninguém quer ser o joio.
Existe um mistério e nós não sabemos.
Não quero desistir de viver o quanto eu quero, não aceitar.
Sim, a verdade mais pura: perdemos o que não era.
Tudo o que acontece comprova: não sermos escolhidos.
Todos aqui são estranhos e você é a escória, não dádiva.
Quem sabe ou fica em silêncio ou é antecipado ao inferno.
Vive-se então para presenciar
O sofrimento dos filhos sem perdão.
Crianças que não tem alma e são usadas.
Somos sobras!
E somos usados.
VIVEMOS? Não, sobrevivemos.