Niilismo Noir

silêncio

como é

possível

nascer de

ponta-cabeça

um pé de

cabeças ocas?

risos

a galhofada

vem levantada

do abismo

que dizer

da coerência

deportada

inda agora

de si?

silêncio

um grito

no vazio

do cosmos

foi aborto

espontâneo

o da razão

um berro

no vácuo

no ventre

da ficção

silêncio

pulsa voraz

o urro, o caos

tumor audaz

que a tudo

devora

ouve o eco

das tuas

cavernas

das tuas

tragédias

bem ali

numa estrela

no âmago

do átomo

repousa

um niilismo

silêncio

explodiram

a bolsa

dos valores

forjados

e humanos

das almas

perturbadíssimas

das carnes

super maculadas

como é

possivel

o tempo

evoluir

em sentido

horário

se erra

miseravelmente

seu itinerário?

silêncio

o instante

rompido

doravante

hímem

premido

liberta

a criação

veja:

sangues

suores

secreções

não há barro

na feitura

mas a criatura

teima em

desdizer-se

em tomar

pela mão

a doença

inescapável

da confusão

silêncio

fim

Felix Ventura
Enviado por Felix Ventura em 10/12/2024
Código do texto: T8216209
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