A Corda entrelaçada em meu pescoço: Facetas de um Suicida
Oh, sombra densa que em meu ser se aninha,
Teus sussurros frios, como brisa a vagar,
Na penumbra da mente, a dor se adivinha,
E a corda, cruel, veio a me enlaçar.
Em noites de angústia, o silêncio me abraça,
E a vida, outrora plena, se torna um pesar.
As risadas perdidas, a esperança que passa,
E o eco do amor que não soube guardar.
Ah, quão leve é a mão que se entrega ao destino,
Na busca de alívio, no abismo a flutuar,
Mas o peso da escolha, qual fardo divino,
Transforma o alívio em eterno penar.
Eis que a corda, em seu laço, se torna um lamento,
Um grito gemido que ecoa no ar,
O último ato, um gesto de tormento,
Que apaga a luz e me faz naufragar.
Oh, quão triste é a vida que se vai em desatino,
Um sopro de dor que não soube calar,
E agora, perdido, em meu próprio destino,
Arrependo-me, oh, quão tarde a pensar.
Se ao menos um olhar, uma mão estendida,
Pudesse romper este véu de solidão,
Talvez eu encontrasse, na dor da partida,
Um caminho de volta, um novo coração.
Mas a corda, infinda, me prendeu ao abismo,
E o eco do lamento se torna canção,
Um lamento profundo, um eterno heroísmo,
De quem, em sua angústia, perdeu a razão.