Minha Despedida; Facetas de um Suicida.

No crepúsculo da vida, onde a sombra se estende,

Um eco de angústia em meu peito se prende,

As horas, como correntes, arrastam-me ao abismo,

E a luz que um dia brilhou, agora é só um sismo.

Caminhei por veredas de sonhos desfeitos,

Em busca de um alívio, de anseios satisfeitos,

Mas a dor, como um manto, envolveu-me em seu laço,

E a esperança, outrora viva, se esvaiu em cansaço.

Oh, quão pesada é a carga que trago,

Um fardo de lamentos, um eterno afago,

As risadas que ecoam, agora são ecos distantes,

E os rostos que amei, tornaram-se instantes.

Na penumbra da mente, um sussurro se forma,

Um chamado à liberdade, uma paz que se transforma,

E assim, em silêncio, decido meu destino,

Na dança da morte, busco um novo caminho.

O laço que se aperta, um gesto de entrega,

A vida, um labirinto, onde a alma se cega,

E ao olhar para trás, vejo apenas desilusão,

Um mar de solidão, uma eterna aflição.

Que dirão de mim, os que ficam à margem?

Serão lágrimas ou risos, em minha passagem?

Que a memória não seja um peso a carregar,

Mas um sopro de vida, um convite a amar.

Se a dor é um fardo que não mais suporto,

Que a morte seja a chave, o último porto,

E ao me despedir, que o amor seja a luz,

Que ilumina o caminho, que a vida seduz.

Assim, deixo este mundo, com um último suspiro,

Na esperança de que a paz seja meu retiro,

E que, nas brumas do tempo, eu possa encontrar,

A serenidade eterna, o doce descansar.

Adeus, meus amores, que a vida lhes sorria,

Que a luz que me falta, a vocês irradia,

E ao se lembrarem de mim, que seja com ternura,

Pois na dor da partida, há sempre uma cura.

Renato Nascente
Enviado por Renato Nascente em 23/11/2024
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