Minha Despedida; Facetas de um Suicida.
No crepúsculo da vida, onde a sombra se estende,
Um eco de angústia em meu peito se prende,
As horas, como correntes, arrastam-me ao abismo,
E a luz que um dia brilhou, agora é só um sismo.
Caminhei por veredas de sonhos desfeitos,
Em busca de um alívio, de anseios satisfeitos,
Mas a dor, como um manto, envolveu-me em seu laço,
E a esperança, outrora viva, se esvaiu em cansaço.
Oh, quão pesada é a carga que trago,
Um fardo de lamentos, um eterno afago,
As risadas que ecoam, agora são ecos distantes,
E os rostos que amei, tornaram-se instantes.
Na penumbra da mente, um sussurro se forma,
Um chamado à liberdade, uma paz que se transforma,
E assim, em silêncio, decido meu destino,
Na dança da morte, busco um novo caminho.
O laço que se aperta, um gesto de entrega,
A vida, um labirinto, onde a alma se cega,
E ao olhar para trás, vejo apenas desilusão,
Um mar de solidão, uma eterna aflição.
Que dirão de mim, os que ficam à margem?
Serão lágrimas ou risos, em minha passagem?
Que a memória não seja um peso a carregar,
Mas um sopro de vida, um convite a amar.
Se a dor é um fardo que não mais suporto,
Que a morte seja a chave, o último porto,
E ao me despedir, que o amor seja a luz,
Que ilumina o caminho, que a vida seduz.
Assim, deixo este mundo, com um último suspiro,
Na esperança de que a paz seja meu retiro,
E que, nas brumas do tempo, eu possa encontrar,
A serenidade eterna, o doce descansar.
Adeus, meus amores, que a vida lhes sorria,
Que a luz que me falta, a vocês irradia,
E ao se lembrarem de mim, que seja com ternura,
Pois na dor da partida, há sempre uma cura.