PEÇO-TE MIL DESCULPAS
Peço-te mil desculpas
por me entregar inteira,
corpo e alma entrelaçados,
quando só buscavas o corpo,
um abrigo passageiro,
um toque sem sentido.
Deixaste-me em cacos,
o corpo despedaçado,
a alma crivada de espinhos.
Carreguei tua ausência
como se fosse culpa minha,
mas não é, nunca foi.
Está tudo bem,
vou costurando os pedaços,
tecendo cicatrizes que florescem,
curando-me aos poucos,
em silêncio e coragem,
até que só reste o jardim.