A voz do poeta

Quem diria que o poeta se calaria?

Que a ilusão morreria?

Quem diria que os pássaros não cantariam mais aquela canção?

Aquela que só quem crê em amores infinitos ouve.

Quem diria que o cheiro das flores mudaria?

Elas já não exalam mais o aroma do delírio irracional.

Quem diria que o véu ilusório se desanuviaria?

Quem diria que aquelas estrelas um dia dormiriam?

Com as luzes tão fracas, quase apagadas.

Onde se encontra agora a voz do poeta?

Perdeu-se na própria solidão?

Afogou-se nas próprias lágrimas?

Ou será que sucumbiu na própria dor?

Quem diria que o poeta se calaria...

Quem diria que a ilusão morreria...

Quem diria que...

Quem diria...

Quem...

...