Hora
Noite em claro
Não sei como dormem os poetas
Quando o breu da hora mais incerta
Lança as setas do silêncio desesperado
Corações partidos
Sonhos pisoteados
Na escuridão da hora mais escura
O pranto transborda sobre o peito devastado
À beira do abismo
À beira da madrugada
Às três horas exatas
Na maior das horas grandes
À beira do nada
À hora mais solitária
À beira do poço
Do fundo, do mundo
Entre a vergonha e a raiva
Descrente, vaga