O AMOR E O TEMPORAL
Sinto o céu do meu ser coberto por nuvens carregadas
Não enxergo um minúsculo feixe de luz solar
O chão de todos os meus sonhos estremece ao som de trovoadas
E carregam as impetuosas enxurradas, os castelos que pude edificar!
Como ébrio sem destino, fujo de mim mesmo sob o forte temporal
Sinto as gotas gélidas apagando as chamas de minhas ilusões
Caio nas sarjetas encharcadas, que me cegam dos valores, da moral
E me permito arrastar nas torrentes, sem alvos e sem concepções!
Sou agora inverno rigoroso, refém de incessantes inundações
Não ficaram de pé as paredes de tudo que nos prometemos
E sob escombros, tento salvar os últimos pedaços de minhas emoções
Tentando afastar a densa chuva, ao relembrar tudo que vivemos!
Agora nada mais posso fazer, pois chove lá fora e aqui dentro também
Foram-se o sol e a primavera, de mãos dadas com quem tanto me iluminou
Me disse adeus, ao temporal me lançou, quem um dia me fez bem
E um mar de lágrimas desiludidas, foi tudo de si que me restou!