O AMOR E O TEMPORAL

Sinto o céu do meu ser coberto por nuvens carregadas

Não enxergo um minúsculo feixe de luz solar

O chão de todos os meus sonhos estremece ao som de trovoadas

E carregam as impetuosas enxurradas, os castelos que pude edificar!

Como ébrio sem destino, fujo de mim mesmo sob o forte temporal

Sinto as gotas gélidas apagando as chamas de minhas ilusões

Caio nas sarjetas encharcadas, que me cegam dos valores, da moral

E me permito arrastar nas torrentes, sem alvos e sem concepções!

Sou agora inverno rigoroso, refém de incessantes inundações

Não ficaram de pé as paredes de tudo que nos prometemos

E sob escombros, tento salvar os últimos pedaços de minhas emoções

Tentando afastar a densa chuva, ao relembrar tudo que vivemos!

Agora nada mais posso fazer, pois chove lá fora e aqui dentro também

Foram-se o sol e a primavera, de mãos dadas com quem tanto me iluminou

Me disse adeus, ao temporal me lançou, quem um dia me fez bem

E um mar de lágrimas desiludidas, foi tudo de si que me restou!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 15/01/2008
Reeditado em 13/01/2012
Código do texto: T818336
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.