Finitude

A macabra dança do relógio afirma sua força

Massacrando-me por dentro ao me lembrar da finitude

Eu me perco na descrença, inúteis atitudes

Decisões estúpidas, meu legado é existir a toa?

Acordo com o peso dos sofrimentos e minha inconsequência

E determino que irei mudar para enfim acabar com esta trágica piada

Mas os ponteiros continuam se movendo, a dor existindo, incapaz de fazer nada

Eu sou vazio e sem sentido ansiando por tudo que eu não mereça

Amizades mal cultivadas se tornam miragens no deserto de sentido

Me sinto perdido e devorado por mil quimeras tentando matar um leão por dia

Mas eu ainda guardo ressentimento, mágoa, medo, traumática dor, todavia,

Sei que me isolar me fará apenas perder proporção do que tenho vivido

Queimado pela luz desperto tremendo com ela expondo minha impureza

Não sou digno de coexistir com semelhantes sendo vil e hipócrita criatura

Mas mais do que apenas ansiar por companhia, parceria e consolo nesta febril temperatura

Sinto-me fragilizado pelo peso do passado e a assustadora incerteza

Queria nuvens de tranquilidade que me trouxessem uma tempestade de redenção

Lavar meu nome e minha consciência da vergonhosa e humilhante solidão

Mas queimo até o sol se por e o paraíso de meus sonhos me cobram uma ação

Sem um perdão, não mereço misericórdia de mim mesmo se meu passado me é escárnio

Não sei se eu me sinto na posição de fazer exigências portanto me calo

Não sou um ser digno de oferecer a mim mesmo mera indulgência

Se não basta minha inteligência para rumar sentido contrário

Eu sinto abstinência de amores, sorrisos, parcerias

E me sinto tentado a me entregar ao vício e o ócio da minha alma

Afogando-me ao me oferecer de corpo e alma a ideia de autodestruição

Perco o ar afundando, talvez eu mereça ninguém me estender a mão

Apenas me faça aprender a aceitar que perecer é o meu destino

Psycho Vincent
Enviado por Psycho Vincent em 22/10/2024
Reeditado em 22/10/2024
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