276°
Pra quê tanta falácia poética
Se o meu interesse é carnal
E minha vontade logo passa
Sou um charlatão da palavra
Enganando através da escrita
Uma lábia literal de um fétido
Um esnobe poeta ignorante
Desconhecido entre os intelectuais
Um solitário escritor do fracasso
Esperando o próximo orgasmo
Um prolixo estudante de corpos
Deleitando na carência alheia
Deturpando a própria realidade
Chegando a mais uma noite
Sem alguém para lhe confortar
Otreblig Solrac - O poeta burro