SÓ O BAGAÇO

Só o Bagaço

No fim da reta, só resto o bagaço,

Cansaço acumulado em cada olhar,

A indiferença se torna um laço.

Usado e quebrado, o tempo se arrasta,

As risadas ecoam como um distante lamento,

E a memória se torna uma sombra que basta.

Perdido entre restos de um sonho passado,

Sinto o peso do mundo em cada respiração,

Meu coração se sente tão desgastado.

Distratado em meio a vozes que não ouço,

Busco sentido em um mar de solidão.

O brilho da vida se esconde em um poço.

Mas mesmo entre os pedaços jogados ao chão,

Há a esperança que insiste em renascer,

E o bagaço pode ser fertilizante para a criação.

Assim, transformo a dor em aprendizado profundo,

E no que ficou, semeio um novo caminho.

Pois mesmo cansado, sou parte deste mundo.

jota cle
Enviado por jota cle em 16/10/2024
Código do texto: T8174930
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