SÓ O BAGAÇO
Só o Bagaço
No fim da reta, só resto o bagaço,
Cansaço acumulado em cada olhar,
A indiferença se torna um laço.
Usado e quebrado, o tempo se arrasta,
As risadas ecoam como um distante lamento,
E a memória se torna uma sombra que basta.
Perdido entre restos de um sonho passado,
Sinto o peso do mundo em cada respiração,
Meu coração se sente tão desgastado.
Distratado em meio a vozes que não ouço,
Busco sentido em um mar de solidão.
O brilho da vida se esconde em um poço.
Mas mesmo entre os pedaços jogados ao chão,
Há a esperança que insiste em renascer,
E o bagaço pode ser fertilizante para a criação.
Assim, transformo a dor em aprendizado profundo,
E no que ficou, semeio um novo caminho.
Pois mesmo cansado, sou parte deste mundo.