SOLIDÃO INVERNAL

Neste rincão de céu estrelado

de um outono quase invernal,

céu sem nuvens, anilado

luz tênue no infinito boreal

 

Frio intenso grassa na imensidão

fogão de lenha, rancho a aquentar

conforto na madrugada de solidão,

rosto afogueado, o fosco olhar...

 

Espiral de fumaça em lenta ascensão

pios de aves em noturnas caçadas

silêncio no campo, geada e solidão.

 

Que saudades, quantas meu amor,

nesta horas vazias, sós e geladas,

sem as tuas carícias e teu calor.

 

(Maurélio Machado)

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