Perdão

Tua memória

Uma remissão poética

Engastando nos cantos,

Nas gavetas

Arquivadas na vida e em

seus pesares.

Tua memória onírica

Repleta de angústia

De lágrima desidratada

Da ansiedade correndo em veias hipertensas

Nada resta

Somos escravos

Com grilhões invisíveis

Fadados a seguir a sina

Cega e estúpida

E irremediável.

 

Nada resta

A não ser o que escrevemos,

Registramos a tinta,

A fonemas de

Bravata inflamadas.

Interpretamos o vapor de água ,

O orvalho de manhã

O silêncio dos olhos,

A fala das estrelas

O romance da lua

Enquanto o tempo

Apenas nos torna breves

E ao fim do longo suplício

Recebemos misericórdia e perdão.

 

 

 

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 12/10/2024
Código do texto: T8171627
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