não somos nós quem decidimos

mais uma cerveja e outro maço de cigarro

somos chamados à Ceia, mas preferimos os carros

cantam a 150, bpm ou km por hora.

na ilusão de controle vivemos,

sem mais espera, o agora

tão linda cruel e voraz

é a verdade da vida que existe

e é de modo fugaz

que crês que nela persistes

por sim por não por talvez

das medidas que nos fogem e voam

pode sorrir e sofrer

mas o hoje é ontem, de novo

na ausência

de qualquer clareza, certeza

qualquer destreza ou pureza

seguimos nas férreas linhas demarcadas

e somos tudo a todo instante

e por isso mesmo

é que não somos nada.