Tal como a flor

Há de encontrar no amor

Perfume e espinhos.

Só se valoriza o doce

Provando um tanto do amargo.

No silêncio das paredes do quarto

Onde se pendura retratos,

Há cortinas empoeiradas enfeites

Cama desfeita deleites,

Onde guardam-se palavras

Que nunca foram faladas,

Suprimidas num anoitecer

Lembradas ao amanhecer

Onde não surtem efeitos

No de fato feito

No interior do peito.