Anos sem fim
Anos sem fim
Tantos dias, tantos anos sem
A firme prateleira feita a mão!
Sem ajuntar panelas, sem ajuntar
Junção, sem observar muros ou
Portões, somente o riso sem
Nexo com a altivez de um
Imbecil.
Estou sem parteiras pra minha
Estúpida gravidez de um filho sem
Pai que foi o que me gerei!
Talvez uma leitura mais ocular
Ante o que seria a vida, poderia
Salvar essa sensação da inutilidade
Do que me propus.
Poeta menor, poeta sem rimas
Poeta sem lágrimas
Sem norte!
O que me dá o mundo?
Nada!
O mesmo dou dobrado, sem
Nada a acrescentar!
Nem um pio.
Como reclamar?
Só quero passar essa calçada
Sem esbarrar em minha
Sombra, de soslaio, sem
Ser percebido, sem a ninguém
Embebedar!
Só passar!