SOFRIDA AUSÊNCIA
Deponho em suas mãos o meu segredo,
Que sem vaidade ou enlevo,
Questiono a solidão de meu prazer
É que no descortinar do encanto
Me perturbo ao velejar nos mares
Mais soturnos e neles vem esta vontade
De rever você.
E entre sonhos intermináveis,
Volto à vida, sozinha, pensante
E quase enlouquecida tendo em vista
O olhar sombrio incapaz de lhe dizer
Que dentro desse peito amargo
Apenas a ilusão é o meu afago,
Porque esta transporta o meu desejo
De querer sua presença mas não ter.
CRS 10.12.2007