Viagem
Olho para traz e me vejo
No retrovisor da vida.
Vejo as marcas de batalhas
Ganhas e perdidas;
Vejo a fumaça e o carvão
Que os incêndios deixaram.
Vejo os remanescentes
Que brotam da esperança,
Outros rostos que têm
Quase a minha cara,
Parecem sorrir muito.
Ando atrás dos meus olhos
Que espreitam o caminho e
Não durmo no volante,
Pois há perigo na estrada.
A mulher amada não tem rosto,
Ela parece estar na poeira,
Na neblina, no nevoeiro
Que sobe do nada que acampa.
Vejo uma nuvem de sonhos
Que nunca se dissipa...
Porém, uma luz ofuscante
Me diz que a estrada,
Que abri com os próprios pés,
Acaba logo ali. Desacelero...
Não há placa de contra mão,
Não cruzei com ninguém,
Todos foram para o mesmo
Rumo e já devem estar em casa.