Viagem

Olho para traz e me vejo

No retrovisor da vida.

Vejo as marcas de batalhas

Ganhas e perdidas;

Vejo a fumaça e o carvão

Que os incêndios deixaram.

Vejo os remanescentes

Que brotam da esperança,

Outros rostos que têm

Quase a minha cara,

Parecem sorrir muito.

Ando atrás dos meus olhos

Que espreitam o caminho e

Não durmo no volante,

Pois há perigo na estrada.

A mulher amada não tem rosto,

Ela parece estar na poeira,

Na neblina, no nevoeiro

Que sobe do nada que acampa.

Vejo uma nuvem de sonhos

Que nunca se dissipa...

Porém, uma luz ofuscante

Me diz que a estrada,

Que abri com os próprios pés,

Acaba logo ali. Desacelero...

Não há placa de contra mão,

Não cruzei com ninguém,

Todos foram para o mesmo

Rumo e já devem estar em casa.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 16/09/2024
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