Não envelheci como o vinho
Adoecido, quase falecido
Envelhecido como queijo coalhado
Sinto dores, sonho amores
Mas se sonhar fosse bom sonhava acordado
E não estaria neste desespero
Busco um jeito de apagar meu pecado
Mas o excesso é culpa e a culpa me consome
Sentindo o flagelo no peito ardendo assustado
Onde foi parar a luz no fim do túnel,
Só vejo tudo ofuscado
Sei que eu precisei perder a visão para ver
Que o preço sempre foi sempre tão caro
E agora eu e você
Eu te encontrei
E eu desajeitado
Busquei meios de expressar o desejo
De ser parte do seu meio mas isto é passado
Você sempre esteve onde minhas palavras
Mesmo acaloradas são frias como a morte
Minha tristeza é a frustração de saber
Que mesmo se eu acender a luz é fraca aqui dentro
É tantos "porque", "não sei", "e se...?"
Que de um sol virei uma lâmpada cedendo
Sem energia para ser visto
Sem ser piada para trazer sorriso
Sem ser música para seus ouvidos
Se nossos caminhos se separarem
Então acho que já sei porque
Eu não queria ser inconveniente
Mas em tantas coisas que eu não queria
Acabei por eu não ser nada
Muito menos eu