POR NÃO TE AMAR
De amor extenso que ficou infindável,
De pálpebras rastejantes, tu não terás,
As mágoas no rol de forma incontrolável,
Tu não verás nunca mais em primaveras.
Verbos arrogantes e frios lançaram contra mim,
De um sentimento furtivo que um dia se foi,
Remediado por palavras no teu retrocesso, assim,
Simplicista eu fui, e recolhi, sentir o que mais dói.
O desespero ambulante de um poeta magoado,
Sem sorte, desvalido, tremendo e afiado pataqueiro,
Por tudo isso, fui sincero no amor e retalhado,
Em algum lugar vou procurar um banho-de-cheiro.
O meu galanteio não te serviu nem de aroma,
Fui iludido, confesso, como Jesus foi traído,
E ainda me destrata, aspira em arremessar lama,
Quem contigo poetou e permaneceu hoje caído.
As águas sempre descem de algum lugar,
E se encontram muitas vezes no mar,
Sou como as ondas, vem, e não são iguais,
Por isso, vou vivenciando em diagonais.
Saibas, tu não nascestes para mim,
E posso afirmar que não nasci pra ti,
As trilhas me levam para um fim,
E teus caminhos de espinhos vão ferir.
O poeta galgando no teu sombrio universo,
Tu nunca terás um gran engenheiro do amor,
Argumentista e fraseando diversos versos,
Jamais construirás meiguice com o prosador.