Sombra invisível
O abuso não me deixou marcas visíveis,
Mas me roubou a alma, pouco a pouco,
É uma sombra que me invade, sutil,
E apaga o meu brilho, como fogo em sufoco.
Palavras venenosas, disfarçadas de carinho,
Culpas lançadas com as mãos invisíveis,
Manipulação que é vestida de falso amor,
Me corta fundo, onde ninguém percebe minha dor.
O silêncio vai se tornando prisão disfarçada,
O olhar, uma arma que fere em segredo,
A vítima se perde, confusa e cansada,
Até duvidar de sua própria voz, seu enredo.
Mas mesmo no afago, há uma faísca guardada,
Que pode romper as correntes de medo,
E ao se erguer, ainda que ferida,
Encontra sua luz, recupera seu ser inteiro.