Sombra invisível

O abuso não me deixou marcas visíveis,

Mas me roubou a alma, pouco a pouco,

É uma sombra que me invade, sutil,

E apaga o meu brilho, como fogo em sufoco.

Palavras venenosas, disfarçadas de carinho,

Culpas lançadas com as mãos invisíveis,

Manipulação que é vestida de falso amor,

Me corta fundo, onde ninguém percebe minha dor.

O silêncio vai se tornando prisão disfarçada,

O olhar, uma arma que fere em segredo,

A vítima se perde, confusa e cansada,

Até duvidar de sua própria voz, seu enredo.

Mas mesmo no afago, há uma faísca guardada,

Que pode romper as correntes de medo,

E ao se erguer, ainda que ferida,

Encontra sua luz, recupera seu ser inteiro.

lunaviii
Enviado por lunaviii em 01/09/2024
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