Abrigo de solidão
Eu nunca acreditei no cavalo branco
Muito menos no príncipe encantado
Que nele vinha galopando
Eu não pedi por perfeição
Só um pouco de dedicação
Que não me abandonasse na escuridão
Porque não era abrigo de solidão
Se te amar fosse pecado
Eu mereceria ser condenada
Porque, mesmo não sendo crime,
Eu ainda estaria errada
Eleva minha alma
E me faz voar
Ao paraíso chegar
E à combustão encontrar
Então dai-me as costas
Para que da imensidão eu venha despencar
E nem o fogo do inferno poderia me esquentar
Espero que, quando pensa em mim, venha chorar
Dai-me de comer
Dai-me de beber
Alimente minha carne
Para que a alma venha morrer
Rogai por nós
Os desiludidos, pecadores mais que perdidos
Esquecidos no deserto
Onde nosso fim é tão certo
Se me machucar é minha condenação
Eu aceito a penitência por ter um grande coração
E sempre caio nesse tipo de ilusão
E aqui, no fundo do poço, rejeito salvação
Você destrói tudo que toca
E minha individualidade te incomoda
Não gosto de desistir
Mas ganhar é para por aqui
Essa indecisão me causa constipação
E na morte sinto a corrosão
Dos vermes na minha pele, devorando meus sentimentos
Escondendo meus tormentos
Esse é o ponto final de toda essa confusão
Finalmente sinto paz
E dentro dela, o prazer de não pensar mais
E a valsa da vida, não dançaremos jamais.