Opostos

Eu era poesia,

ele não sabia ler.

Eu era puro perfume de flores,

ele não sabia sentir as fragrâncias.

Eu era a luz dos seus olhos,

ele vivia na escuridão.

Eu era o sabor refinado das iguarias do rei,

ele só conhecia o amargo do fel.

Eu era a melodia dos anjos celestiais,

ele não sabia ouvir.

Eu era o abraço que acolhia nas noites frias,

ele era só uma noite fria.

Eu sou o presente,

ele, passado.