GRITOS SILENCIADOS
Nas sombras frias de celas vazias,
Onde a liberdade morre sem nome,
Erguem-se muros de ferro e agonia,
A voz do oprimido se torna um som distante.
Regimes de punhos fechados,
Ditadores que temem a verdade,
Encerram sonhos, destroem caminhos,
Mas não podem calar a vontade.
Nos olhos do prisioneiro, o fogo persiste,
Chamas que queimam as correntes da dor,
Pois a justiça, ainda que tardia,
Desfaz o aço, libera o amor.
Não há escuridão que apague a luz,
Mesmo onde a tirania impõe seu frio açoite,
Cada grito sufocado, cada palavra esquecida,
Renasce como tempestade na calma da noite.
Abaixo as grades que não podem conter,
O desejo de ser, o direito de falar,
Contra as ditaduras que insistem em erguer,
Prender almas que só querem amar.
Quebram-se as correntes, caem os tiranos,
E a história lembrará os rostos anônimos,
De quem, em silêncio, gritou por todos nós,
Contra as prisões onde a injustiça faz morada.