USTÓRIO
A peanha dos sonhos caminha vadia pelas ruas escuras
Meus olhos, meus dias não obedecem aos ritmos circadianos
A morte, ah, morte, doce companheira dos desiludidos
Penumbra sutil dos olvidados
Modus ponens, a vida é verdadeira, o fim não
Modus tollens, não há termo, não há vida
Percorro e busco perguntas, indagações necessárias
As chamas buscam meu ser
A purgação necessária?
Narciso não olha mais seu reflexo
As águas estão muito turvas
E o céu e o inferno se irmanaram
Para conceber a verdadeira e terna face
Do fogo que está à margem do mar
Para conceber a verdadeira e terna face
Do deus ex-machina
Que nos trará o nada
Travestido de calor, luz e solidão.