Sono do sol

De beleza, antes era, daquelas tardes e jardins.

No andar de mãos dadas, no riso terno, no doce olhar que era teu.

Foi de um cheiro bem fúnebre, uma nuvem densa, escura, a ida de não voltar.

Um coração de músculo duro, de paredes insensíveis, vi na curva o teu partir.

Ilusão de belo dia, mentiras no vespertino.

A noite caiu e fez dormir o teu brilho.

Como crianças despertam os homens, iludidos de um sol bonito, uns morrem neste instante.

Se rei é um sol, de grandeza e primaveras, perdem no fim, o trono de realeza.

João Francisco da Cruz