Ele tinha uma tinhosa
Vã era a decadente, mas ainda exuberante, beleza daquela mulher de triste destino.
Seu sorriso de menina vivaz ainda é capaz de derreter um rochoso coração masculino.
Ardilosamente, na maturidade, ela colecionou diversos corações partidos, erodidos, dinamitados.
Invertendo Midas, tocou pedras cinzas, gerou contatos zero e vínculos afastados.
Índole mentirosa, comportamento narcisista, cidadã transgressora: uma lástima!
Amantes magoados, rastros de devastação, amizades que perderam a estima...
Hedonismo compulsivo, consumismo latente, dual libido deselegante.
Provocadora de caos, Judiciário provocado, capivara com peso de elefante.
Mergulho de cabeça, batida em pedras hipnóticas, dependência de resgate, sequelas como granizo.
Pesadelos e fantasmas na mente dessa mulher sem sono natural, sem paz, sem saúde e sem juízo.
Rixosa e manipuladora da dúvida e das certezas, tirou do prumo e arruinou cada pilar afetivo.
Compassivo, um bom homem a amou, cuidou e sublimou até o inevitável rompimento definitivo.
Quem poderia ser sua fonte de redenção, dela se afastou com tardio olhar clínico.
Ele tinha uma tinhosa e sofreu por ter negligenciado um histórico tão cínico.