RESTAURANTE FAVORITO
Fui convidada para jantar,
Mais uma vez, no mesmo lugar,
Naquele restaurante peculiar
Que eu tão bem conhecia,
De decoração barata e bonita
Que eu acreditava ser uma das maravilhas do mundo,
E que, no fundo no fundo, eu sabia não ser.
Me encantei com a proposta do novo menu,
Mas ao entrar
Percebi ser propaganda enganosa.
Encontrei as mesmas paredes cinzas e tortas,
E a pesada atmosfera a me rondar.
O chão continuava sujo,
Levantando poeira com o meu caminhar.
Mesmo assim,
Sentei-me à mesa de cacos de vidros colados,
Daquele meu ambiente favorito,
Que nem ao menos bem me alimentava.
Fui servida com as mesmas migalhas frias,
E um vinho barato para me entorpecer,
Mas dessa vez, vejam vocês:
Percebi que a bandeja continuava vazia,
Sem o amor ser servido.
Havia apenas a entrada com sentimentos ensalubres
Que só me causavam dor.
Então, com armargor
E as minhas lágrimas caindo,
Com o dono eu reclamei,
Sem respostas, da mesa levantei
Me recusando a qualquer pagar conta.
Andei até a porta
Com a fome a me matar,
Sabendo que nunca mais eu deveria comer por lá.
Nota: 5 corações partidos.