Desencanto

Foi de repente, como um raio em dia quente,

Inesperado, consistente, deixou-me indiferente,

Após o caos em mim, o silêncio se fez presente.

Tornei-me indigente, refém da própria mente,

Dilacerando sonhos, desmanchando a fantasia,

Pedaços de mim caindo, sigo em agonia.

A ilusão não é mais certeza indulgente,

A realidade tornou-se a verdade evidente,

Não existem mais os sonhos de antigamente.

O frio desencanto libertou-se das correntes,

Acabaram-se os sonhos, a esperança se ausentou,

Restou o vazio, o futuro reluzente se apagou.

Em silêncio eu me calo,

Caio ao solo em singular abalo,

Finda-se o sonho, inicia-se o acaso.