Eu não, VERME!

Altitude sem latitude

Sombra sem sol

Dois corpos ocupando o mesmo espaço

Não há luz somente o breu

O caos consome a ordem

A ordem sucumbi ao caos

O meu corpo começa a se degenerar

E não a nada que me embargue, pois eu mesma irei o enterrar

Na mais profunda e escura terra que neste planeta encontrar

Os demais me julgam tanto

Me pergunto o por que de tudo isso

Mesmo com a boca tampada por fita

Falavam de mim sem nem pensar

Com a mesma aberta

A conversa se prolongava

A mais pura essência de minha alma

Tive de sucumbir ao baile de máscaras

Mas não adianta se sabem como verdadeiramente sou

Nem presença nem aparências

Meu ser está desnudo e tão pouco desnutrido por dentro

Parece haver um verme em meu corpo

Que aos poucos está me sugando

O velho eu não é mais o novo

O que restou foi somente o verme

Não há mais o eu de verdade

O verme consumiu minha carne e sucumbiu ao que eu era fora da realidade