Na paisagem do olhar
Se eu pudesse desver o que vi
E dissentir tudo o que eu senti
Talvez recobrasse a plenitude
De não ser vulnerável ao mal
Que causaste dentro de mim
Como um sentimento pode ser
Forjado no rancor da vingança
Ao ponto de provocar tremores
No lago mais calmo da lembrança?
Como um olhar guiado, a espreitar
Alguém que tentava se distrair
De tantas feridas abertas em si,
Apenas com interesse de machucar?
Ter olhos grandes nunca me livrou
De tê-los sempre como presa fácil
Da maldade que rasteja sobre a terra
Sabendo eu ser um alvo frágil
Uma menina, que foi deixada sozinha
Enquanto seus cuidadores se divertiam
E ninguém acalmou o seu choro
Que na vida levava todos os dias
E o olhar, que observa de longe, para matar
O restante da alegria, que nela se escondia
No pouco brilho que teimava em guardar.