Não-amor

Eu vi que você postou uma canção,

uma confissão de amor destinada a outro coração.

Não para mim. Nunca para mim.

Naquele instante, a verdade se revelou:

o amor é uma incerteza,

mas o não-amor é implacável,

certo em sua frieza, sem erro.

E aqui estou, convicto, sem seu amor.

Essa canção dedicada a outra pessoa

foi como uma lâmina cortante,

desnudando a realidade de um amor não correspondido.

Me vi oferecendo todo o meu ser,

entregando o meu coração a alguém

que jamais o pediu, que jamais o quis.

Às vezes, quero acreditar nos traços distintos do destino,

mas eles apenas se cruzaram para me iludir.

E o que restou foi um turbilhão de emoções,

uma tempestade que rasga meu coração.

O destino me deixou apenas dúvidas:

de viver, de amar, de ser.

Eu fui rejeitada,

abandonada nas sombras da incerteza.

Estou aqui, perdida,

procurando palavras para expressar essa dor profunda,

essa sensação de vazio e perda.

Imagine entregar um amor puro, sincero e intenso

a alguém, e esse alguém...

bem, você já sabe o resto.

Rejeitada, com o coração em pedaços,

a alma dilacerada,

lutando para recolher os estilhaços

de uma paixão que nunca será.

E como culpar alguém que

nem se quer pediu o meu amor.

Ana Lira Vaz
Enviado por Ana Lira Vaz em 01/08/2024
Reeditado em 01/08/2024
Código do texto: T8119614
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