DESILUSÃO EM TODOS OS TEMPOS?
Falta-me apetite para quase tudo.
Falta-me a doce ilusão.
Falta-me uma parte do mundo,
Estou meio à escuridão.
Não consigo nem respirar direito.
Escrevo frases loucas por aí,
Dói-me muito o peito,
Que me dá vontade de desistir.
A insistência está muito frágil.
Minhas expectativas estão indo embora.
Já cheguei a um estágio
De querer viver aqui, agora.
Só rimas aparecem em meus escritos
Trazendo-me grandes decepções,
Até parece que não mais existo
Para as solenes realizações.
O passado é um filme que rola em minha cabeça.
O futuro é incerto demais.
O presente é uma merda.
E agora procuro paz,
Que ficou escondida em algum lugar,
Mas sofro do mal do passado
Que não tenho direito nem de sonhar.
Ainda falta algo em minha vida
Para que ela seja completa.
Ainda há a necessidade
De outras tentativas vãs,
Mas meu corpo é um peso,
Por demais difícil de ser carregado
E a dor na garganta é insuportável.
Já perdi parte de mim
Em outras esferas em salas escuras.
Agora me vejo rodeado de indecisões
E um cansaço à flor da pele
E nem vontade de morrer, tenho!
Tomara que tudo isso seja passageiro
E que o novo dia que está por vir
Possa dar sinais de esperança,
Pois aqui, agora, a dor é sufocante
E meus desejos desapareceram por completo.
Ituiutaba – MG, 2011.