Jogando talento no lixo
Não sinto que os acordes da minha vida
Ainda compõem uma melodia que venha agradar
Sinto dissonante, distante, quebrado
Como uma nota perdida que acaba por estragar
Todos os anos de estudo e persistência,
Minha alma é urgência e a melodia é devagar
Me faça sentir que eu não desperdicei
Anos compondo o que que nunca irá vingar
Fui incapaz de recitar odes de amor
Por não ter verdadeiramente a quem amar
E o som do órgão compondo o sagrado
Apenas me assustou como estava a soar
Não consegui viver notas alegres
Estava ocupado demais tentando respirar
Eu não sei porque sou tão triste
Como um réquiem a minha tão vil existência
Eu sinto muito, sou apenas morte
Não sou sabedoria, apenas dor e experiência
De anos de traumas de um coração fora do ritmo
Em que sonhei com o extinguir da minha essência
Não ou amigável, sou um tolo passivo, quebrado
Desejando que alguém me salvasse de tal descrença
Onde afogo minha vida em uma cor fria
Tal qual lágrimas de lamento e tristeza
Deixe o espetáculo acabar
Não quero continuar existindo
Não quero sonhar com outros destinos
Só me dê um leito para descansar