O menino que roubava corações
Em doces palavras, armadilhas se formam,
Sorrisos encantados, olhares de emoção,
Promessas vazias, onde sonhos se tornam
Espelhos quebrados de pura ilusão.
Na trama urdida com fina sutileza,
Desenham-se mundos de falsa afeição,
Cada gesto, um laço de falsa certeza,
Envolvendo a alma em cruel sedução.
Esperança, moeda que se dá sem pensar,
Nos braços de um amor que parece tão certo,
Mas as sombras ocultam, no fundo do olhar,
O vazio que habita um coração deserto.
O toque suave que fere mais fundo,
É o toque do engano, do afeto fingido,
Roubando a paz de um coração fecundo,
Deixando-o perdido, em dor consumido.
Estelionato afetivo, crime sem rosto,
Deixa marcas que o tempo não apaga,
Nos sorrisos que se perdem no desgosto,
E na dor que, em silêncio, o peito embriaga.