Subejo

Há quanto tempo não lhe vejo?

Não sobra tempo pro café

Ontem a noite tive um pesadelo

É necessário algo para nos manter em pé

A fome continua obscena

A cena da civilização

Deixamos aldeias despatriadas

Em detrimento de um projeto nação

Que até agora ninguém entendeu nada

No final ganharemos terra na cara

Esse é processo da nossa “grande” evolução

O bicho está solto

Comendo lixo nos becos da cidade

A mesa está posta

É postada nas redes da mediocridade

Na escola falta merenda

Nos governos, humanidade

Eu me contentaria

Com uma porção de rebeldia

Misturada com alguma teoria

Que matasse a fome dos sonhos sociais

Os mesmos que agora morrem de inanição

Quando aprenderemos a lição?

Do sonho só resta o subejo

E o desejo virou deserto

Tudo é incerto

Faminto e flácido

O horizonte é um supermercado cheio de vazios na promoção

Quando venceremos a inanição?

Porque não superamos essa desumanização?

Marcos Frank
Enviado por Marcos Frank em 08/07/2024
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